O preço do progresso

Cachoeira do Tarumã em Manaus - Amazonas. Foto 2011

Há dez anos atrás eu tirei uma foto pisando n'água com um ponto de vista bem melhor. Hoje ainda é possível fotografar, mas sem pisar por causa da poluição.

É só uma questão de tempo! Não podemos evitar a destruição da natureza, simplesmente estamos adiando...

Até quando? é o preço do progresso?

Nossos herdeiros do futuro irão poder ver somente através de fotos (talvez editadas no Photoshop)?

Sentirão o cheiro do mato molhado ou somente o odor do lixo e das águas servidas?

Leitura de imagem: "As aparências enganam"

A fotografia é um signo, cheio de significados, é uma linguagem visual que, muitas vezes, depende do conhecimento prévio do espectador, algumas vezes esse significado precisa ser aprendido.

Em 1973 o compositor Tom Zé lançou pela gravadora Continental o LP "Todos os Olhos". Na capa uma imagem que nínguém nunca chegou a descobrir do que se tratava, até que o próprio compositor numa entrevista no Programa do Jô, revelou o enigma. A foto da capa do disco é nada menos do que um close de um ânus no centro do qual foi colocada uma bola de gude.

Devemos lembrar que na época era a plenitude da ditadura militar no Brasil e que varias músicas dele já haviam sido censuradas. Na época um amigo propós: "Vamos sacanear esses caras...por que não colocarmos um cú na capa?" Tom Zé com certa relutância falou: "Tá maluco, vamos ser presos". Depois de descobrir a maneira como seria feito, concordou. A namorada do amigo se propôs a posar com a bolinha de gude, ele mesmo fotografou em foco fechado.

O resultado foi exposto nas prateleiras das lojas de discos e a censura nem imaginou do que se tratava, o enigma só foi revelado depois da abertura democrática.

História da Arte na Mídia Atual II

Em 1831, Eugène Delacroix pintou uma de suas obras-primas "A liberdade guiando o povo", que marca a Revolta de Paris de julho de 1830.

Em fevereeiro de 2005 a revista VEJA se utiliza da obra para dar ênfase na materia de capa: "Revolução pela educação" fazendo analogia da educação na Coréa e no Brasil.

A pintura mostra uma mulher segurando a bandeira da França (a liberdade) guiando o povo. Em 2005 a tecnologia digital proporcionou ao designer da capa colocar a bandeira da Coréa no lugar da francesa para melhor transmitir sua mensagem visual. Uma releitura de uma obra em um novo contexto.

História da Arte na Mídia Atual I

Quando a arte é boa, ela se eterniza. Embora a história mostre que os estilos são temporal, depende do momento histórico, da sociedade, da cultura, etc.

A verdadeira arte é atemporal, mesmo que a mensagem seja transformada para outro contexto, uma releitura para transmitir novos conceitos. Aqui a obra do escultor grego Miron que viveu em Atenas em meados do século V a.C. Foi um dos maiores escultores gregos do período, e é hoje lembrado pelo bronze "Discóbolo", conhecido por intermédio de cópias romanas em mármore; a melhor delas pertence ao Museu das Termas, Roma. Hoje essa obra é usada em diversos contextos como jogos olímpicos, logotipos, publicidade e propaganda, dentre outros. É facíl e criativo usar uma imagem conhecida por todos para transmitir uma mensagem.

Somos Todos Índios

Os índios Tukano pintam os grafismos de seus bancos com uma espécie de carimbo feito com tala de arumã (planta da família das marantáceas usada na região amazônica para confecção de cestarias) dobrada em formato triangular e o pincel feito de capim batido. São recursos encontrados no meio ambiente, uma lição de arte ecológica.

Numa viagem ao município de Lábrea no Amazonas, conheci na pracinha da cidade, em frente à igrejinha de N. s. de Nazaré, índios Juma Madi - meus irmãos da floresta que ensinaram-me algumas plantas medicinais e técnicas de pinturas artísticas que podemos aplicar no nosso dia a dia da arte. Esse povo da floresta é conhecedor de técnicas transmitidas através da cultura, merece todo nosso respeito.

Histórias em Quadrinhos nas Escolas

"Os quadrinhos são a forma de comunicação mais instantânea e internacional de todas as formas modernas de contato entre os homens de nosso século. Mesmo o momento grandioso da história da humanidade, em que o pé do homem pisou na lua e foi televisado direta e indiretamente, para o mundo todo, já era uma imagem gasta e previstas pelos quadrinhos". (Álvaro de Moya em "Shazam" - Ed. Perspectiva).

Os quadrinhos apresentados na sala de aula permitem trabalhar a discussão tanto de aspectos éticos quanto de problemas ecológicos, socioeconômicos, dentre outros.

No Brasil existem professores aplicando as HQ em sala de aula. Essas práticas precisam ser mais divulgadas para que haja troca de experiências entre os profissionais da educação, é um futuro promissor.

O desenho Infantil

O desenho é uma linguagem, um modo de expressão da criança, constitui uma língua que possui seu vocabulário. Quem de nós não desenhou um fusquinha quando criança? Um sol com careta? Uma árvore com maçãs? Uma figura humana esquematizada?

Semelhante a arte primitiva, todos os individuos tornariam a passar pelas mesmas fases percorridas pela espécie a que pertence? Será que uma criança nos Estados Unidos desenharia um sol da mesma maneira que uma criança na Amazônia, isolada geograficamente, desenharia?

As crianças da década de 70 desenhavam "fusquinha", bola, papagaios de papel (pipas), e hoje? videogames, computadores?

Postei aqui o desenho do meu filho Davi com 8 anos de idade. São desenhos de carros influenciados pelas miniaturas da "Hot wheels" que ele coleciona. Observe os detalhes de acabamento com traço grosso no contorno e traço fino no desenho.

Baiano no Amazonas

Morar, trabalhar, viver no Amazonas é uma dádiva. No cotidiano podemos encontrar paraenses, maranhenses, cearenses e até baianos, por que não?

Esta foto tirei no meu local de trabalho - campus universitário da Universidade Federal do Amazonas, localizado na maior reserva de floresta tropical em área urbana do mundo: 6,7 milhões de metros quadrados.

Nela são encontradas varias espécies fauna - como a preguiça da foto, carinhosamente apelidada de "baiano"...