sexta-feira, 31 de julho de 2009

Desenho à mão livre x Computador




No final do século passado houve uma rápida evolução tecnológica e o artista, como na revolução industrial, sentiu-se ameaçado profissionalmente. Com a evolução dos computadores e sua disponibilidade no mercado, muitas pessoas passaram a se achar capacitadas, autosuficientes por dominarem um micro, não contratam mais profissionais especializados para serviços como folders, impressos informativos, banners, cartazes e até mesmo capas de CDs e livros, antes confiados ao profissional específico e não à aquele de “dotes artísticos” que possui equipamento de última geração. A popularização de instrumentos de criação de imagens transformou “pessoas comuns” em “designers gráficos”, mesmo nesse contexto o artista sempre terá um lugar de destaque para serviços criativos – esse é o diferencial no mercado de trabalho.
Para os designers gráficos a concorrência é aparente, pois existe um mercado novo. Uma empresa bem tratada necessita de uma boa imagem visual, a qual valoriza mais do que se possa imaginar. Qualquer empreendimento, evento, instituição deve planejar sua comunicação visual de maneira inteligente e criativa, inclusive as “Grafics Express” da vida não poderão dispensar um bom profissional da área.
Entre os alunos de arquitetura e engenharia existe a polêmica: Que devo usar para desenhar um projeto? O computador ou o grafite? Qual recurso devo usar para materializar minha idéia? Qual técnica poderia melhor expressar meu pensamento? – Usem o computador se forem capazes de dominá-lo, caso contrário irão perder muito tempo em suas criações. Aqui um conselho: usem a ferramenta que vocês conseguem melhor dominar. Ao se trabalhar com o computador, é importante lembrar que não podemos dominar todos os programas oferecidos pelo mercado tecnológico, aquele que o aluno dominar é o mais adequado para trabalhar. Conheci um engenheiro que desenhava planta baixa no Corel Draw, porque era o programa que ele dominava.
O computador é um elemento a mais, como o pincel, o lápis, a aquarela, etc., é um meio e nunca fim, veio para somar, agilizar. É uma ferramenta que gerencia quase todas as formas de trabalho, seja na engenharia e arquitetura, no design gráfico e no cinema, enfim, em diversas áreas do conhecimento.
A polêmica ainda é maior quando falamos do momento de criação. A rapidez e a variedade das ferramentas no computador, muitas vezes podem atrapalhar o cérebro no momento de concentração e criação. Por não dominar totalmente os recursos de um software o criador tende a limitar sua criatividade de acordo com as ferramentas de seu conhecimento, diferentemente do ato de criação com o lápis e papel, a idéia fica em primeiro lugar.
O desenho à mão livre é sempre mais natural, simples e de linguagem fácil para explicar uma idéia inicial. Um traço à mão livre pode expressar muito mais que se possa imaginar, longe da frieza e perfeição dos computadores. Existem arquitetos que ao explicar determinado assunto construtivo ao mestre-de-obra, desenha nas paredes (da obra) esboços artisticamente elaborados e com detalhes explicativos. Nossos antepassados já desenhavam nas cavernas como forma de expressão. O desenho é uma linguagem, uma forma de comunicação simbólica indispensável no atual mundo globalizado, portanto um trabalho executado totalmente no computador é sempre mais expressivo quando imita o traço à mão livre.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Menino você esta fazendo arte?







Para uma criança o brincar e o desenhar são impulsionados pela mesma força motivadora. Esses dois atos estão interligados que, durante o processo de criação ambos estarão numa mesma função. Ao desenhar acontece o ato de brincar, ao brincar pode acontecer o ato de desenhar. Desenhar é uma atividade lúdica, usa-se a expressão, a imaginação...

Executar uma obra de arte é sempre uma dificuldade. Afirmações do cotidiano como: cozinhar é uma arte ou saber viver é uma arte ou ainda em sentido inverso: menino você esta fazendo arte? Lembro quando meu filho, ainda pequeno, derramou (por acaso) álcool em um papel térmico de fax. Percebi que estava fazendo “arte”: o álcool queimou o papel térmico e um efeito muito parecido com uma aguada em nanquim se apresentou! É arte! “isso eu também faço!” Usei a nova técnica do acaso para ilustrar o livro SATORI do meu amigo Luiz Bacelar.

Hoje o acaso não esta contido num sentido negativo, idéia de acidente, esta para criação e não destruição. A habilidade é exatamente a arma que se pode ter contra o acaso, para garantir o alcance de um objetivo qualquer. Alguns artistas ora afirmam, ora negam o acaso. Quando se diz que alguma coisa é obra do destino, estamos confirmando o acaso, nada é por acaso...

A técnica do acaso
Material: papel térmico de fax, pincel e álcool.
Umedeça o pincel no álcool, cuidado com excessos.

Em seguida desenhe no papel térmico (fax) com o pincel úmido.
O desenho irá aparecer, é mágico!